domingo, 9 de outubro de 2011

Reflexão

Presídios Sustentáveis
                Vilton Souto
Que o sistema prisional está falido, todos nós sabemos, mas saber que nada é feito para diminuir o caos, é vergonhoso. Tenho pensado muito a esse respeito, e acho que tenho dever de através desse Blog  chamar atenção da sociedade sobre Políticas Publicas Sustentáveis, que possam aliviar e ao mesmo tempo criar alternativas para transformar os presídios em auto-sustentáveis. Vale apena ressaltar que os gastos do Estado com água, luz e demais serviços são gigantescos, podendo viabilizar esses recursos em  projetos sustentáveis arrojados e inovadores diminuindo assim os gastos com esses serviços e, investindo em dois segmentos: o primeiro, com funcionários que necessitam de reciclagem, treinamento, relações humanas, atendimento psicológico, equipamentos etc; O segundo, refere-se aos reclusos que precisam de maior assistência jurídica, atendimento médico, condições melhores de instalação, espaços físicos adequados.
Percebemos que tudo é feito em escalas desproporcionais, sem a preocupação de um planejamento sério e eficaz que atenda as reais necessidades do sistema prisional, onde as verbas são acomodadas em questões de pouca relevância que não cumprem o seu objetivo na sua totalidade, não permitem uma melhor qualidade de trabalho ao funcionário, resultando também num baixo índice de ressocialização. Diante disso, os esforços não são proativos. Ora, se o agente é um instrumento ressoalizador e não recebe um tratamento melhor, se o recluso não recebe uma melhor assistência... os objetivos não serão alcançados.
Na Bahia chove muito e faz Sol demais, é inadmissível não se utilizar dos recursos que a natureza proporciona para tornar os presídios já existentes e as futuras contruções  em espaços sustentavéis.
Em suma, a questão que quero levantar é sobre a redução de   gastos do dinheiro público  em serviços como água e luz, utilizando projetos de sustentabilidade. E, que o valor poupado sirva para amenizar os problemas econômico-sociais no cárcere e proporcionar um aumento nos índices de ressocialização.


2 comentários:

  1. A Constituição de 1988 contém garantias explícitas para proteção da população encarcerada, entre essas o inciso onde "é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral". As constituições de certos estados possuem provisões semelhantes. Com tudo não é envidado esforços nesse sentido.
    A sugestão trazida pelo colega Vilton, é perfeitamente querente, caso houvesse disposição por parte dos administradores e Governo, quanto à viabilidade desse sistema, que como bem observado, além de não ressocializar ninguém, ainda contribui de forma deliberada para o aumento da violência, tanto aos próprios internos e sociedade, quanto aos trabalhadores desse sistema perverso.
    Destarte O aprendizado para nós significa a certeza de que estamos todos ainda a caminho, e vemos no diálogo a possibilidade de promover trocas de percepções quanto ao nosso entendimento da vida e nossa ação no mundo como elementos transformadores de uma triste realidade, parabéns pela iniciativa.

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  2. A Sintonia com as demandas públicas precisa acontecer, em primeira instância, em quem movimenta a máquina estatal, e infelizmente, são poucos os servidores comprometidos com o desempenho dos serviços prestados, e em menor grau ainda, os que estão atentos às deficiências estruturais e logísticas, contribuindo com soluções sugestivas afinadas com questões ambientais, tão prementes em nossa época. Parabéns Vilton! sua coragem em abordar questões "delicadas" do sistema prisional baiano, alicerçada em mais de vinte anos de experiência no sistema, lhe legitima a levantar essa bandeira com propriedade. Avante companheiro! em sua luta, outros reencontrarão a coragem adormecida. Seja, com sua coragem, a nossa voz.

    Um forte abraço,
    Fabrizio Gama.

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