sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Ética, Moral e Valores


ÉTICA MORAL E VALORES

       “O homem, quando guiado pela ética, é o melhor dos animais; Quando sem ela, é o pior de todos.” Aristóteles (384 – 322 a.c). O processo ético de uma gestão prisional de forma geral, não deve ser abordado, se antes não fizermos um breve passeio em três aspectos: o princípio ético, a moral e os valores, que devem ser bem digeridos, pois são de fundamental importância e terão papel significativo no discorrer desse artigo, apontando assim os mecanismos que facilitarão o entendimento da matéria.

ÉTICA

        É o método de agir das pessoas, a princípio pode parecer absolutamente individual, por consistir em uma ação praticada por um sujeito a partir de seu posicionamento no mundo e de uma decisão por ele tomada. Adquirem outras dimensões, quando verificamos que esse posicionamento envolve direta ou indiretamente, outros indivíduos e que mesmo apresentando-se como produto de uma escolha livre e consciente do sujeito, de fato, ele representa as circunstâncias históricas do agente, sua história pessoal e sua herança familiar e cultural. (Passos, 2004, p. 23)  

  MORAL

        Conjunto de normas, aceitas livres e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens.
        A moral se diferencia da Ética por seu conteúdo explicativo no âmbito das idéias que definem certo e errado, justo e o injusto e o bom e o mal, e outros termos que prescrevem e moldam as ações humanas.
        A Ética esta ligada ao princípio e valores que norteiam a nossa conduta e a moral é a prática desses valores.

 VALORES

       São critérios segundo os quais valorizamos a desvalorizamos as coisas; são as razões que justificam e motivam as nossas ações, tornando-as preferíveis a outras.
        Os valores não são coisas, nem simples idéias que adquirimos mais conceitos que explicam nossas preferências, vários são os valores, como: Valores Éticos, referente às normas e critérios de conduta, ex: honestidade, verdade, lealdade, altruísmo, bondade; Valores Estéticos, referente à expressão, ex: harmonia, belo, feio, sublime e trágico; Valores Religiosos, referente ao homem com a transcendência, ex: sagrado, pureza, santidade, imparcialidade, cidadania, liberdade; e Valores Vitais, ex: saúde e força.
        "Os maiores problemas enfrentados hoje pelo mundo só poderão ser resolvidos se melhorarmos nossa compreensão do comportamento humano (...). O behaviorismo oferece uma alternativa promissora..." (SKINNER, 1974/2004, p.11).

ÉTICA NAS GESTÕES PRISIONAIS

       O sistema prisional brasileiro todos nós sabemos, se encontra em condições precárias em todos os sentidos: no que se refere à política sócio- econômica, um judiciário sucateado, código penal ultrapassado, gestores descompromissados com a reinserção social do preso, unidades prisionais fisicamente sem condições na sua maioria em abrigar os detentos, e uma série de outros problemas que afetam o cárcere brasileiro.
       Assim, é um grande desafio para os gestores desse ramo: ter, conseguir manter e servir ainda de exemplo ético e moral para uma sociedade vista como corrupta e passiva do “ jeitinho brasileiro”.
       Essa abordagem serve apenas para chamar atenção como o sistema prisional pode ser uma grande armadilha para seus gestores, com o advento do crime organizado que é um controle paralelo ao governo e, deve ser melhor observado, pois não só a corrupção ficou favorecida, mais também a possibilidade a uma espécie de barganha negativa como: seqüestros, extorsões, intimidações e ameaças a si e a outrem dificultando de forma contundente a manutenção da conduta e dos procedimentos éticos morais dos gestores prisionais.
       Entendermos que a ética independe do seguimento, ela é do homem, contudo a capacidade crítica e analítica de um gestor prisional deverão ser orientados pela observação das leis e por princípios éticos.
       Um gestor não terá dificuldade de administrar o sistema prisional, pautado nos princípios éticos, em valores que direcionam a conduta humana e o uso da moral, o seja, a prática desses valores, são ingredientes eficazes para o bom andamento da sua gestão.
       Agir eticamente deixa de ser uma escolha e passa então a ser imperativo,  estratégico para a sobrevivência. (SROUR,1994)     
 
CONCLUSÃO

       Dentro do que foi visto e exposto, a Ética no que se refere as gestões prisionais, não  difere das outras, pois entendemos que a ética é comportamento uniforme e deve ser inerente ao homem, alguns seguimentos da vida, exige mais por força da exposição, mas cabe principalmente aos gestores prisionais entenderem as responsabilidades e o significado de uma  postura ética e, conduzirem de forma moral as suas atitudes. Portanto apesar do sistema prisional ser uma porta aberta, uma possível armadilha para a quebra da moral e da ética, cabe aos gestores envolvidos nesse processo,  manterem-se firmes nos seus propósitos, fortalecendo cada vez mais seus valores éticos e morais e, servindo de exemplo para seus seguidores e comandados. “O comportamento que qualificamos de moral de tipos especiais de contingência sociais organizadas por governos, religiões, sistemas econômicos e grupos éticos. Precisamos analisar tais contingências se pretendermos construir um mundo em que as pessoas ajam moral e equitativamente, é um primeiro passo nessa direção é descartar a moralidade e a justiça como possessões pessoais.“ (Skinner 1974, p. 244). Desse modo, no que tange ao perfil do Gestor Prisional no quesito Ética, faz-se necessário adequar um conjunto com valores morais, de forma que impliquem diretamente nas diversas áreas do sistema Prisional gerenciando e modelando as atividades profissionais, no sentido de padronizar procedimentos que amenizaram sensivelmente o impacto nos padrões Éticos, possibilitando a formação de novas culturas de bem estar coletivo.        
                                                                                                                    
REFERÊNCIAS

VAZQUEZ, Adolfo S. Ética, Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, São Paulo 1999
PASSOS, Elizete. Ética nas Organizações, São Paulo: Atlas, 2004
Revista Maishumana, www.uff.br/maishumana. Acesso em 30 de julho de 2012
DINIZ, Eduardo Albuquerque Rodrigues. Realidade do Sistema Penitenciário Brasileiro. Jus Navigandi, Teresina. Ano 1, n1, Nov. 1996 disponível em: acesso 04 maio 2009.
COIMBRA, Jose de Ávila (org.). Fronteiras da Ética. São Paulo: Editora SENAC, 2002.
Revista Phrónesis, Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Filosofia da PUC-Campinas.   

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