ÉTICA MORAL E VALORES
“O homem, quando guiado pela ética, é o
melhor dos animais; Quando sem ela, é o pior de todos.” Aristóteles (384 – 322 a .c). O processo ético de
uma gestão prisional de forma geral, não deve ser abordado, se antes não fizermos
um breve passeio em três aspectos: o princípio ético, a moral e os valores, que
devem ser bem digeridos, pois são de fundamental importância e terão papel
significativo no discorrer desse artigo, apontando assim os mecanismos que
facilitarão o entendimento da matéria.
ÉTICA
É o método de agir das pessoas, a
princípio pode parecer absolutamente individual, por consistir em uma ação
praticada por um sujeito a partir de seu posicionamento no mundo e de uma
decisão por ele tomada. Adquirem outras dimensões, quando verificamos que esse
posicionamento envolve direta ou indiretamente, outros indivíduos e que mesmo
apresentando-se como produto de uma escolha livre e consciente do sujeito, de fato,
ele representa as circunstâncias históricas do agente, sua história pessoal e
sua herança familiar e cultural. (Passos, 2004, p. 23)
MORAL
Conjunto de normas, aceitas livres e
conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens.
A moral se diferencia da Ética por seu conteúdo explicativo no âmbito
das idéias que definem certo e errado, justo e o injusto e o bom e o mal, e
outros termos que prescrevem e moldam as ações humanas.
A Ética esta ligada ao princípio
e valores que norteiam a nossa conduta e a moral é a prática desses valores.
VALORES
São critérios
segundo
os quais valorizamos a desvalorizamos as coisas; são as razões que justificam e
motivam as nossas ações, tornando-as preferíveis a outras.
Os valores não são coisas, nem simples idéias que adquirimos mais
conceitos que explicam nossas preferências, vários são os valores, como: Valores
Éticos, referente às normas e critérios de conduta, ex: honestidade, verdade,
lealdade, altruísmo, bondade; Valores Estéticos, referente à expressão, ex:
harmonia, belo, feio, sublime e trágico; Valores Religiosos, referente ao homem
com a transcendência, ex: sagrado, pureza, santidade, imparcialidade,
cidadania, liberdade; e Valores Vitais, ex: saúde e força.
"Os
maiores problemas enfrentados hoje pelo mundo só poderão ser resolvidos se
melhorarmos nossa compreensão do comportamento humano (...). O behaviorismo
oferece uma alternativa promissora..." (SKINNER, 1974/2004, p.11).
ÉTICA
NAS GESTÕES PRISIONAIS
O sistema prisional
brasileiro todos nós sabemos, se encontra em condições precárias em todos os
sentidos: no que se refere à política sócio- econômica, um judiciário sucateado,
código penal ultrapassado, gestores descompromissados com a reinserção social do
preso, unidades prisionais fisicamente sem condições na sua maioria em abrigar
os detentos, e uma série de outros problemas que afetam o cárcere brasileiro.
Assim, é um grande desafio para os
gestores desse ramo: ter, conseguir manter e servir ainda de exemplo ético e
moral para uma sociedade vista como corrupta e passiva do “ jeitinho brasileiro”.
Essa abordagem serve apenas para chamar
atenção como o sistema prisional pode ser uma grande armadilha para seus
gestores, com o advento do crime organizado que é um controle paralelo ao
governo e, deve ser melhor observado, pois não só a corrupção ficou favorecida,
mais também a possibilidade a uma espécie de barganha negativa como:
seqüestros, extorsões, intimidações e ameaças a si e a outrem dificultando de
forma contundente a manutenção da conduta e dos procedimentos éticos morais dos
gestores prisionais.
Entendermos que a ética independe do
seguimento, ela é do homem, contudo a capacidade crítica e analítica de um
gestor prisional deverão ser orientados pela observação das leis e por
princípios éticos.
Um gestor não terá dificuldade de
administrar o sistema prisional, pautado nos princípios éticos, em valores que
direcionam a conduta humana e o uso da moral, o seja, a prática desses valores,
são ingredientes eficazes para o bom andamento da sua gestão.
Agir eticamente deixa de ser uma escolha
e passa então a ser imperativo,
estratégico para a sobrevivência. (SROUR,1994)
CONCLUSÃO
Dentro do que foi visto e exposto, a
Ética no que se refere as gestões prisionais, não difere das outras, pois entendemos que a ética
é comportamento uniforme e deve ser inerente ao homem, alguns seguimentos da
vida, exige mais por força da exposição, mas cabe principalmente aos gestores
prisionais entenderem as responsabilidades e o significado de uma postura ética e, conduzirem de forma moral as
suas atitudes. Portanto apesar do sistema prisional ser uma porta aberta, uma
possível armadilha para a quebra da moral e da ética, cabe aos gestores envolvidos
nesse processo, manterem-se firmes nos
seus propósitos, fortalecendo cada vez mais seus valores éticos e morais e, servindo
de exemplo para seus seguidores e comandados. “O comportamento que qualificamos
de moral de tipos especiais de contingência sociais organizadas por governos,
religiões, sistemas econômicos e grupos éticos. Precisamos analisar tais
contingências se pretendermos construir um mundo em que as pessoas ajam moral e
equitativamente, é um primeiro passo nessa direção é descartar a moralidade e a
justiça como possessões pessoais.“ (Skinner 1974, p. 244). Desse modo, no que
tange ao perfil do Gestor Prisional no quesito Ética, faz-se necessário adequar
um conjunto com valores morais, de forma que impliquem diretamente nas diversas
áreas do sistema Prisional gerenciando e modelando as atividades profissionais,
no sentido de padronizar procedimentos que amenizaram sensivelmente o impacto
nos padrões Éticos, possibilitando a formação de novas culturas de bem estar
coletivo.
REFERÊNCIAS
VAZQUEZ, Adolfo S. Ética,
Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, São Paulo 1999
PASSOS, Elizete. Ética
nas Organizações, São Paulo: Atlas, 2004
Revista Maishumana, www.uff.br/maishumana.
Acesso em 30 de julho de 2012
DINIZ, Eduardo Albuquerque
Rodrigues. Realidade do Sistema
Penitenciário Brasileiro. Jus Navigandi, Teresina. Ano 1, n1, Nov. 1996
disponível em: acesso 04 maio 2009.
COIMBRA, Jose de Ávila
(org.). Fronteiras da Ética. São
Paulo: Editora SENAC, 2002.
Revista Phrónesis, Programa de Pós-Graduação stricto
sensu em Filosofia da PUC-Campinas.
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