sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O LÍDER APRENDENDO A CONTROLAR AS SUAS EMOÇÕES


 LIDERANÇA E LÍDER

A liderança está atrelada ao poder, autoridade e influência, por conta disso devemos analisar esses três conceitos. O poder é, de acordo com Lino (2006), a capacidade de a pessoa transformar o espaço em que vive, ou seja, a competência de um indivíduo em interferir, e até mesmo, direcionar as atitudes, opiniões e comportamentos de outra pessoa na medida em que controla as ações desta.
Já, a autoridade é pautada na habilidade, na relação entre recompensas e obrigações, além de garantir a influência de um indivíduo sobre os demais membros da empresa, no que se refere ás atitudes, ao comportamento e as emoções.
A influência está, conforme Lino (2006), ligada ao fato do sujeito acreditar que os aspectos internos ou externos de uma organização direcionam os seus pensamentos, conduzem seu comportamento e atos.
Dessa forma, a liderança engloba esses conceitos, e ela é denominada como a função na qual uma pessoa se enquadra dentro do grupo, além do mais, é um processo de influência que acontece no meio organizacional e é compartilhado entre a equipe. Neste caso, cada membro deve liderar no determinado momento ou em certos setores, tendo o objetivo de atingir o resultado satisfatório para instituição.
Podemos ressaltar que essa concepção se assemelha a ideia de liderança defendida por Hunter (2004, p.25), a qual diz ser uma “habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Com isso, o líder deve está atento às necessidades e interesses do grupo, buscando estimular os funcionários, a fim de colaborar para um ambiente mais agradável e participativo em que todos se sintam parceiros da empresa a ponto de alcançar as metas dessa corporação.
Segundo Bittel (1982, p.40), “liderança é o artifício de fazer com que outras pessoas o sigam e façam voluntariamente aquilo que você deseja que elas façam”. É fundamental que o líder tenha um bom relacionamento com os seus colaboradores, e possa de maneira harmoniosa e argumentativa convencê-los a seguirem as suas prescrições, mas sempre respeitando e estando aberto para as sugestões da equipe.
Assim, a pessoa é considerada uma líder quando ela assume as suas responsabilidades, valoriza o esforço dos seus seguidores, reconhece as suas falhas e limitações e sabe lidar com as suas emoções, enfim, tendo essa postura de liderança não só dentro da empresa, mas também, nas demais esferas sociais, como no seu bairro, no ciclo de amizade, na família.


O LÍDER E O CONTROLE DAS EMOÇÕES


Antes de analisamos os diferentes caminhos que o líder deve seguir para administrar as suas emoções, faz-se necessário conhecermos o conceito de emoção para melhor compreensão do texto.
Segundo Daniel Goleman (2007), a palavra emoção significa: “impulso para agir, planos instantâneos para lidar com a vida que a evolução nos inferiu”. Neste sentido, o ato de se emocionar implica em agir e reagir a diversas situações, tornando a vida mais dinâmica. E a depender da circunstância uma ou várias emoções podem aflorar no indivíduo. Visto que há centenas de emoções com combinações ou divergências coexistindo em uma pessoa.
Existem, de acordo com Lino (2006), emoções qualificadas como positivas ou negativas. As positivas causam sensações de prazer e tranquilidade naquele que as sente, como é o caso da alegria, esperança, amor, coragem, paciência. E as negativas provocam o inverso, muitas vezes, um stress ou mal-estar para o corpo. Elas são: raiva, ódio, ira, tristeza, inveja.
Tais emoções são partes integrantes da natureza humana, logo, o líder, por ser um humano, também as possui. Desse modo, ele deve saber controlar as suas emoções, sobretudo as negativas. Controlar não no sentido de reprimi-las, pois pode desencadear uma doença, e sim entender as emoções e usá-las ao seu favor.
A partir dos estudos e orientações dos psicólogos, observamos que para o líder controlar as suas emoções de maneira inteligente, é de antemão primordial que ele exercite o autoconhecimento, identificando seus pontos fracos e fortes, descobrindo formas de aprender a se motivar.
Conforme Goleman (2007), o líder só consegue controlar suas emoções mediante a autoconsciência, a qual significa reconhecer as emoções e as situações que geram raiva, ira, medo, angústia, ódio, insegurança, e a partir disso desenvolver um dialogo interno construtivo, criticando o seu pensamento e transformando essas emoções negativas em uma maturação interna. Uma vez que, as mesmas necessitam ser contidas e administradas para não torna o ambiente de trabalho um local de desarmonia e insatisfação.
Partindo do pressuposto que a autocrítica é determinante para o equilíbrio emocional do líder, pois o faz repensar as suas atitudes perante aos seus subordinados, em um dado momento que julgue incoerente o seu posicionamento, mostrar-se-á arrependido e corrigirá o erro.
Quando o gestor sabe administrar suas emoções e entende que elas afetam indiretamente o comportamento dos seus colaboradores e possivelmente a produção, ele consegue obter vantagens e ter uma maior facilidade de seguir regras que regulam a notoriedade da política da empresa. Isso porque cada emoção desperta um tipo de reação a depender do indivíduo e o ato gerado pode trazer benefícios ou malefícios.
Na concepção de Goleman (2007), é mais importante o líder agir de maneira emocionalmente inteligente nas reuniões da empresa e na relação com os seus colaboradores, clientes e superiores, e compreender as emoções dessas pessoas do que as suas habilidades intelectuais para atingir o sucesso.
Cury (2008), ainda enfatizava que se soubermos lidar com as nossas emoções e as alheias, provavelmente agiremos de forma mais coerente nos momentos de conflitos, pois deixaremos a pessoa que cometeu algum deslize se acalmar, para só depois, conversarmos com ela sobre o fato, apontando os seus erros e indicando soluções. Podemos afirmar que o líder que tem essa atitude, evitar maiores conflitos e desavenças no trabalho.

CONCLUSÃO

Levando-se em consideração todos os fatos abordados no texto, concluímos que o controle das emoções parte do pressuposto que o líder enquanto uma figura que representa a liderança seja ela de uma empresa, ou de um setor específico, necessita ter o pleno domínio, controle e equilíbrio das suas próprias emoções, para que assim ele possa mediar e intervir , quando necessário em situações conflituosas que venha a prejudicar o desenvolvimento e a motivação dos funcionários envolvidos, ocorridas no ambiente de trabalho e geradas por seus colaboradores. O líder não pode permitir que suas emoções colaborem para resultados que fujam do controle, como já foi constatado, quando  as pessoas que não conhecem profundamente o seu eu e não fazem o exercício de reflexão, na perspectiva de repensar seus atos e atitudes, não obtém o domínio das suas emoções. Logo não terão como controlar as emoções dos seus ajudantes, para que estes venham a contribuir para um ambiente mais harmonioso.
É importante dizer que os grupos de trabalho precisam estar motivados de maneira que todos devem se sentir pertencentes à companhia, estando bem relacionados, pois sabemos que esses fatores contribuem para o bem estar da pessoa e do grupo, existindo mais qualidade de vida no ambiente de trabalho, aumentando a produtividade e o desempenho de cada um, trazendo assim resultados positivos para toda a organização. O líder necessita está atento às relações interpessoais entre os empregados, a fim de evitar possíveis problemas a ter que resolver. Deste modo, o gestor não deve admitir que possíveis conflitos chegue à influenciar negativamente na convivência dos funcionários, impactando nos lucros da corporação.
Portanto, o controle das emoções, mesmo para aqueles que o sobrepujam, é tarefa difícil, visto que, mesmo o líder tendo a informação e o equilíbrio do que é imprescindível saber para administrar suas emoções, ele também está sujeito a perder este domínio. Sendo assim, entendemos que o controle das emoções é algo que está muito intrínseco no indivíduo e é determinante a situação vivida. O autoconhecimento, ter autocrítica e refletir sobre seus atos e atitudes vão permitir, assim, possíveis melhorias e garantir o êxito nas organizações e nas relações hierárquicas dentro do ambiente de trabalho.

REFERÊNCIAS


ALONSO, Vera Lucia Chaves; EVANGELISTA, Armindo Aparecido; JUNIOR, Nelson Alonso ;  JUNIOR,  Sergio Braga;  RAMOS, Andre Luiz. Inteligência Emocional dos Gestores de Pequenas e Médias Empresas. VIII Simpósio de Excelência em Gestão
 e Tecnologia. Disponível em: http://www.aedb.br/seget/artigos11/23914207.pdf. Acesso em: 11 de julho de 2012

BITTEL, Lester R. Supervisão eficaz. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982.
COUTO , Elisama de Souza Aguiar;  JUNQUEIRA, Fernanda Campos; PEREIRA, Marlon Kenupp da Silva. A Importância da Inteligência Emocional na Atuação de um Líder. VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia- SETeG. Disponível em: http://www.aedb.br/seget/artigos11/38814405.pdf. Acesso 10 de julho de 2012

CURY, Augusto. Oitavo código da inteligência: código do eu como gestor da emoção. In: O código da inteligência: a formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil/Ediouro, 2008.

GOLEMAN, Daniel, ph.D. Inteligência Emocional. Rio de Janeiro. Objetiva, 2007
HUNTER, James C. O monge e o executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
LINO, Tiago Alexandre Lopes R. Liderança emocional. Trabalho de licenciatura- Universidade Autônoma de Lisboa, 2006.Portal dos psicólogos.Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0055.pdf. Acesso 10 de julho de 2012

VALLE, Patrícia Barroso do. Inteligência emocional no trabalho: um estudo exploratório. 48 f. Dissertação - (Mestrado profissionalizante em administração) – Faculdade de Economia e Finanças IBMEC, Rio de Janeiro, 2006.  Disponível em:

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